A pedido do vereador Henrique Conti (PV), o secretário municipal de Serviços Urbanos, José Eduardo Figueredo, esteve na última sessão da Câmara de Valinhos, realizada dia 29, para prestar esclarecimentos aos vereadores sobre as informações divulgadas pela imprensa a respeito da destinação do lixo reciclável da cidade.
Na ocasião, o secretário apresentou slides com algumas ações da secretaria, como breve histórico da destinação do lixo do município e de como a está a situação atual. De acordo com Figueredo, Valinhos coleta oito caminhões por semana de recicláveis, porém o material coletado é de pouco valor agregado, pois os catadores se antecipam à coleta regular sobrando materiais que não interessam às cooperativas e centros de triagem do município e região. “Está sendo destinado um caminhão por semana para a Recoopera-Valinhos, conforme solicitação da mesma e ainda há grande recusa pelas cooperativas Cooperlínia - Paulínia, Centro de Triagem - Indaiatuba, Vinhedo, que não se interessam pelo material pelo baixo valor agregado”, explicou.
Ainda segundo Figueredo, essas cooperativas solicitam o envio dos recicláveis coletados em Valinhos, somente numa eventual falta de material. “A recusa do restante dos materiais faz com que encaminhemos esses rejeitos para o aterro Estre - Paulínia" ressaltou.
Conti avaliou, em suas considerações, que os problemas que ocorrem com a reciclagem do lixo de Valinhos poderiam ser resolvidos com o desenvolvimento de uma política de educação ambiental. “Uma das coisas que sinto é que não há trabalho de educação ambiental no município. Se o lixo coletado é de baixa qualidade, é porque não existe mais o trabalho de passar de porta em porta, falando com as pessoas e ensinando como separar o lixo. Um trabalho de reciclagem, para que seja perdurado, é necessário que seja acompanhado”.
Com relação a pouca quantidade recebida pela cooperativa valinhense Recoopera, Conti afirmou que falta apoio à empresa para viabilizar um galpão maior, além de auxílio para compra de maquinário. “Visitei a cooperativa e eles me disseram que com apenas uma prensa a mais, eles já poderiam receber mais material coletado. Portanto, acredito que falta empenho do poder público em buscar parcerias para resolver esse problema”.
Para o vereador Lorival, a Prefeitura deveria fornecer containers diferenciados pela cidade para que o lixo orgânico não seja misturado ao lixo reciclável, como vem acontecendo. Com relação aos containers, o vereador Lobo (PDT) também solicitou mais unidades para que sejam instalados nos bairros e não somente na região central.
Já o vereador Clayton Machado (PSDB) considerou que Valinhos está atrás de muitos municípios e deveria ter investido nesta questão do lixo reciclável, uma vez que traz benefícios para toda a cidade.
O vereador dr. Moysés (PTB) também pediu mais apoio do Executivo e união de esforços para resolver de uma vez os problemas do lixo. Por sua vez, o vereador Aguiar (PMDB) afirmou que, em contato com o Executivo, está acompanhando a elaboração de novas ações para esta questão.
Segundo Figueredo, vários problemas serão sanados com a concretização de um plano de resíduos sólidos para o município que deverá ficar pronto em junho. “Está sendo idealizado por uma empresa contratada e vai passar por audiências públicas junto à população”, adiantou o secretário.
Ao finalizar, Conti sugeriu que a Câmara realize debates para unir forças com poderes Executivo, Legislativo, junto às entidades do município e empresas.
O presidente Paulo Montero (PMDB) encerrou a discussão, solicitando que a população participe dos debates que deverão ocorrer sobre toda a problemática e destino do lixo no município. “Os vereadores têm a obrigação de representar a população, mas precisamos do povo participando. Acredito que com debates realizados nesta Casa, estaremos colaborando com o Executivo na busca de soluções que beneficiarão toda a cidade”.
