O presidente do Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos, Ivair Nunes Pereira, defendeu, na sessão desta terça-feira (24), a construção de uma segunda adutora para captação de água no Rio Atibaia. Segundo ele, a obra ainda não saiu do papel porque faltam recursos financeiros, mas disse que a construção está no Plano de Governo da prefeita Capitã Lucimara (PSD). Ivair esteve na Câmara, atendendo a convite proposto pela vereadora Simone Bellini (Republicanos).
Valinhos enfrenta um dos períodos mais severos de estiagem dos últimos tempos. Fatores climáticos, o alto consumo e a baixa dos reservatórios reuniram os elementos técnicos para a instituição da bandeira vermelha na cidade. De acordo com o último boletim divulgado pelo DAEV, choveu em agosto apenas 3,3% da média esperada para o mês.
Em discurso na tribuna, o presidente do DAEV explicou que hoje Valinhos capta menos água do Rio Atibaia do que teria direito, justamente por não possuir uma segunda adutora, e destacou que o fato de a cidade possuir mais de uma fonte de captação é uma característica diferente de outros municípios, o que tem suas vantagens e desvantagens.
“Campinas tem o Rio Atibaia como fonte de captação em mais de 95% da sua água destinada ao tratamento e necessidade da população. Esse misto de fonte de captação em Valinhos nos garante uma maior segurança hídrica, pois diante da possibilidade da ocorrência de um evento desastroso ao longo da Rodovia Dom Pedro, que venha a atingir o Rio Atibaia, ainda teremos as fontes internas de captação, o que os outros municípios certamente podem não ter. Ocorre que nos períodos de estiagem prolongada, as fontes internas têm sua capacidade reduzida, fazendo com que fique comprometido o abastecimento da população”, explicou.
Segundo o boletim mais recente disponibilizado no site do DAEV, a Barragem das Figueiras opera com 30% da capacidade (com suporte da Barragem Santana do Cuiabano), a Barragem João Antunes dos Santos tem 5% da capacidade, a Barragem Moinho Velho tem 48% e a Santana do Cuiabano, 68%.
Ao responder a perguntas dos vereadores, Ivair disse que há estudos para a construção de um novo reservatório de água bruta na cidade, o que também deve ajudar no abastecimento.
Como medidas para enfrentamento da estiagem, o presidente do DAEV afirmou que uma série de ações estão sendo adotadas, como a elaboração do Plano Municipal de Estiagem e Racionamento de Água, manobras na rede para recuperação do volume dos reservatórios de água tratada, ativação do novo reservatório do bairro Morada do Sol ainda nesta semana, disponibilização de caminhões pipa e a volta dos critérios para aplicação de multas por mau uso de água durante esse período mais crítico.
O vereador Mayr (Podemos), que já foi presidente do DAEV, cobrou campanhas de conscientização da população. “A prefeitura precisa ter uma campanha mais incisiva perante à população. Jornal, rádio, televisão, carro de som nos bairros, fiscais nas ruas (...) A gente anda pela cidade e vê muitas pessoas tirando a folhinha da calçada com a mangueira de água ligada. É um absurdo isso”, discursou.
Com relação ao desassoreamento das lagoas, Ivair respondeu ao vereador Gabriel Bueno (MDB) que as obras devem se iniciar em breve com recursos e maquinários próprios. “O que nós temos disponível em material, em maquinário, em recursos humanos serão usados para retirar, por conta própria e sem orçamento previsto, o máximo possível de material da lagoa da CLT. Esse trabalho começa ainda nesta semana”, completou.