O projeto que proíbe a comercialização e fabricação do patê de fígado de aves em Valinhos voltou a ser discutido na sessão desta terça-feira, 26. Rejeitado nos dois turnos de votação, a matéria foi arquivada pelo plenário. Onze vereadores votaram contra a proposta apresentada pelos vereadores Edson Batista (PSDB), César Rocha (PV) e Henrique Conti (PV). Além dos autores do projeto, apenas Israel Scupenaro (PMDB) e Lobo (PDT) foram favoráveis à proposta.
A principal justificativa apresentada no projeto é que o patê é obtido por meio da crueldade com os animais. Segundo César Rocha, a alimentação das aves é forçada, com a utilização de tubos que levam o alimento direto para o estômago dos animais. A prática, de acordo com ele, faz com que o fígado das aves fique inchado e, consequentemente, maior. O vereador disse que essa é a forma encontrada para aumentar a produção do patê.
Um dos votos contrários ao projeto foi do vereador Dinho (PCdoB). Ele afirmou que foi até a empresa que fabrica o patê em Valinhos para investigar possíveis irregularidades na produção. “Constatei que 100% dos colaboradores são moradores do bairro (...) A empresa está devidamente registrada no Sistema de Inspeção Federal (...) Estamos falando de uma empresa que tem responsabilidade social”, discursou.
O vereador Henrique Conti (PV) disse que a “crueldade está no sistema de produção”. César Rocha (PV) também teve a mesma opinião. “É uma vergonha essa atividade em nossa cidade (...) É preciso parar com essa bestialidade humana. Queremos ser conhecidos como a capital do figo roxo e não a capital do fígado doente”.
O vereador Edson Batista (PSDB) pediu a aprovação do projeto pelos vereadores, mas o texto acabou sendo rejeitado pela maioria.
A discussão foi acompanhada por militantes da causa animal que usavam camisas com os dizeres “Stop Foie Gras”, pedindo para que a produção do fígado de aves fosse interrompida.