O projeto dos vereadores Henrique Conti (PV), César Rocha (PV) e Edson Batista (PSDB), que proíbe a produção e comercialização do patê de fígado de aves em Valinhos, foi rejeitado por maioria de votos na sessão desta terça-feira, 19. Além dos autores do projeto, apenas o vereador Lobo (PDT) foi favorável à proposta. O texto segue para segunda discussão no próximo dia 26.
Na justificativa do projeto, os autores alegam que o produto é obtido por meio da alimentação forçada das aves, o que provoca uma distorção no corpo dos animais e um fígado sete vezes maior do que o tamanho natural. “É um concentrado de sofrimento para o prazer de poucas pessoas”, afirmou César Rocha. Antes de iniciar o discurso, ele apresentou vídeo mostrando como é feita a alimentação das aves com um funil.
O vereador dr. Moysés Abujadi (PSD) votou contra o projeto porque não considera que existe sofrimento das aves para produção do ingrediente. “Essa é uma iguaria milenar. O pato é geneticamente modificado e é bem cuidado, acompanhado por especialistas. Em Valinhos, existe empresa reconhecida mundialmente”, afirmou.
O vereador dr. Orestes Previtale (Solidariedade) disse que a empresa de Valinhos emprega cerca de 30 funcionários e mostrou preocupação com a possível perda de emprego dos funcionários. Ele também votou contra por avaliar que não será possível fiscalizar a comercialização do produto na cidade.
O vereador Henrique Conti (PV), um dos autores do projeto, discursou dizendo que é fácil fazer cumprir a lei. “A produção é feita em uma única empresa. É só chegar lá e ver se ela está produzindo (...) Quanto à comercialização, a própria população pode fiscalizar a venda nos mercados”. Conti pediu a aprovação da lei. “Que essa lei seja aprovada aqui e sirva de exemplo para outros municípios”, completou. Ele ressaltou que a empresa tem outras atividades e que não haverá desemprego, já que somente a produção de patê de fígado seria interrompida.