Os vereadores aprovaram, em primeira discussão, na sessão desta terça-feira, 30, o projeto de lei que prorroga a adesão de Valinhos ao Cismetro, consórcio intermunicipal que presta serviços de saúde ao município. O texto precisará passar por segunda votação na próxima semana, porque houve dois votos contrários à prorrogação: um do vereador Henrique Conti (PTB) e outro do vereador Marcelo Yoshida (PT). Ambos criticaram o que consideram uma terceirização da saúde.
O presidente da Comissão de Higiene e Saúde da Câmara, vereador André Amaral (PSD), votou favorável ao projeto, destacando que durante todo esse período de vigência da adesão houve um bom aproveitamento do Cismetro pelo município. No entanto, ele avalia que a Prefeitura poderia utilizá-lo ainda mais. “O consórcio apresenta diversas possibilidades de realização de cirurgias eletivas. Esse era o principal objetivo da inclusão de Valinhos no consórcio, mas, infelizmente, o número de cirurgias realizadas ainda é baixo. Estavam previstas para o início do ano 600 cirurgias para os meses de Janeiro, Fevereiro, Março. Não foi realizado nem um terço disso”, ressaltou.
Para o vereador Alécio Cau (PDT), faltou competência do Poder Executivo para agilizar as cirurgias. “O que estamos vendo é um atestado de incompetência. Tem a ferramenta, que é o Cismetro, tem o dinheiro, mas não consegue executar. Está tão ruim a questão das consultas e cirurgias eletivas, mas, neste momento, se ficar sem o Cismetro, vai ficar ainda pior (...) Estou mais uma vez depositando um voto de confiança. Não de confiança no Governo, mas pela necessidade da população que tanto está sofrendo”, afirmou o vereador, que votou favorável, mas pontuou que vai votar contra caso daqui um ano a situação não melhore.
O vereador Alexandre Japa (PRTB) foi na mesma linha. “Sem o Cismetro talvez fique pior. A gente sempre recebe reclamação de pessoas que estão esperando cirurgias. Com certeza, se gente deixar o Cismetro, teremos dificuldades na saúde. Acredito que o caminho é votar favorável à renovação para que no próximo ano possamos continuar fiscalizando o serviço que será prestado”, disse.
O líder do Governo na Câmara, vereador César Rocha (União), defendeu o contrato com o Cismetro. “Se a gente não renovar com o Cismetro, vamos ter que esperar mais quanto tempo? Mais 6 meses para contratar uma nova empresa?” Precisamos renovar o quanto antes, justamente para correr com as cirurgias eletivas”, discursou.
Os vereadores Marcelo Yoshida e Henrique Conti votaram contra a renovação por entenderem que está havendo uma terceirização da saúde. “Existe um investimento muito maior para pagamento do Cismtero do que para a saúde municipal. Então, o que deveria estar sendo preparado é um investimento na saúde pública do nosso município, fazer concurso público (...) Aquilo que eu mais tinha receio está acontecendo. A saúde pública está sendo terceirizada com esse Cismetro”, afirmou.
O projeto deve passar por segunda discussão e votação na próxima sessão do dia 6.