Projeto que viabiliza duplicação de adutora do Rio Atibaia para trazer mais água a Valinhos avança na Câmara

#PraCegoVer: Foto mostra o plenário da Câmara com os vereadores sentados em seus lugares. É possível ver parte do público que acompanha a sessão também.

 

Os vereadores aprovaram em primeira discussão na sessão desta terça-feira (8) o projeto de lei do Poder Executivo que viabiliza a duplicação da adutora de água bruta do Rio Atibaia para trazer mais água a Valinhos. O texto teve um voto contrário e passará por segunda votação na semana que vem.

 

O projeto solicita autorização parlamentar para abertura de crédito adicional suplementar no orçamento do Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos.  O remanejamento orçamentário é de R$ 10,6 milhões para serem aplicados em diversas áreas, sendo R$ 2,7 milhões para compra de peças e contratação de serviços para continuidade da construção da duplicação da adutora.

 

O vereador Marcelo Yoshida (PT) foi quem votou contra. Segundo ele, mais importante que a obra na adutora é fazer um planejamento de longo prazo para a preservação nas nascentes e aumento da capacidade de armazenamento no município. “A dependência do Rio Atibaia pode ser problemática por alguns motivos. O primeiro é a qualidade da água (...) O segundo é se o Rio Atibaia secar. Quem vai garantir que não faltará água? (...) O terceiro ponto é o que seria mais importante. Na nossa opinião é preciso fazer um planejamento para recuperação de mananciais e investir no aumento da capacidade de reservação”, afirmou.

 

O vereador Mayr (Podemos), que já foi presidente do DAEV, discursou dizendo que a água do Rio Atibaia vem, principalmente, do Sistema Cantareira, então o controle da qualidade da água é muito rigoroso. “Tenho certeza de que sempre vai ter água no Rio Atibaia. Se o Rio Atibaia secar, imagine: abaixo de Valinhos tem Campinas, que depende 95% do rio e é uma metrópole, uma das maiores cidades do Brasil. Acredito que vai ser difícil porque o Estado vai preservar”, disse.

 

O vereador Alécio Cau (PDT) votou favorável ao projeto, mas criticou o texto enviado à Câmara. “Infelizmente fomos colocados em uma situação complicada. No projeto tem algo importantíssimo que é a duplicação da adutora. Porém, dos R$ 10,6 milhões, apenas R$ 2,7 milhões é para a obra, então vai resolver parte do nosso problema”, pontuou. Alécio também criticou a falta de planejamento orçamentário. “Aprovamos no final do ano o orçamento para 2022 e no início do segundo mês já temos que suplementar o orçamento do DAEV”, afirmou.

 

O vereador Franklin (PSDB) destacou a importância da obra para Valinhos, mas fez um contraponto, dizendo que tanto a adutora quanto o armazenamento de água e preservação das nascentes são importantes. “Um item não exclui o outro. Se nós estamos falando em captação de água do Rio Atibaia, não quer dizer que nós temos que tirar a água e deixar de reservar. Nosso sistema tem captação do rio, dos poços e dos reservatórios (...) O povo não quer saber como vai ser feito, ele quer abrir a torneira e aquilo que é mais precioso em nossas vidas precisa estar lá (...) Não quero ver a minha cidade comprando água de Campinas em 2022. Prefiro que tire água do Atibaia, do CLT, das barragens, dos mananciais”, completou.