Vereadores cobram retorno das aulas nas escolas municipais

#PraCegoVer: Foto mostra o público que acompanha a sessão. Uma das pessoas segura lousa em que está escrito: "As escolas não são problema. Escolas com protocolos são seguras".

 

A maioria dos vereadores usou a tribuna na sessão desta terça-feira (8) para cobrar o retorno das aulas nas escolas municipais de Valinhos. Um decreto publicado pela prefeita Capitã Lucimara (PSD) adiou a volta das aulas presenciais para o mês de março, o que causou indignação de pais. Desde a semana passada, parlamentares fazem reunião em busca de uma solução para o caso.

 

O Movimento Escolas Abertas de Valinhos encaminhou documento aos vereadores, que foi lido durante a sessão pelo vereador Alécio Cau (PDT). “Acreditamos que com certo controle da situação epidemiológica e mais conhecimento sobre o vírus, no ano de 2022, as aulas na rede pública seriam retomadas e nossas crianças poderiam retornar às escolas com sede de aprender. Todavia, infelizmente, recebemos a notícia de que não seria bem assim”, diz o documento.

 

Na tribuna, Alécio criticou a postura da Prefeitura. Segundo ele, a alegação de que o retorno das aulas presenciais foi adiado por conta da pandemia não é verdadeira, e que o problema, na verdade, é a falta de profissionais de limpeza nas escolas. “A maior parte das escolas não tem um funcionário de limpeza pra voltar. E o pouco que tem está sendo colocado nas creches”, afirmou. “Até quando vai ficar enganando a população?”, questionou.

 

O vereador Henrique Conti (PTB) lembrou que desde o início da pandemia, os vereadores pressionam o Executivo por uma atenção maior com a Educação. “O País inteiro com as aulas começando e só Valinhos não começa. O Governo do Estado de SP deu como presença obrigatória. Não começa as aulas com a desculpa de que é em razão do Covid. A cidade inteira sabe que não é. Foi capa de todos os jornais dessa semana (...) A minha preocupação é: será que as aulas vão mesmo voltar no dia 2 de março? Porque a licitação [da limpeza das escolas] foi cancelada. Vai ter que ser feita uma nova licitação que pode demorar 90 dias ou 6 meses”, alertou.

 

O vereador Gabriel Bueno (MDB) disse também não concordar com o argumento de suspensão das aulas por causa da pandemia. “Eu não nego a doença. Ela existe, os casos estão ai. Mas por que somente as escolas municipais estão sem aula? As creches estão atendendo. As escolas particulares e estaduais estão atendendo. Os ônibus estão em circulação com superlotação. Só pega Covid nas escolas municipais?”, indagou.

 

O vereador Tunico (DEM) afirmou que não concorda com as aulas remotas. “A gente sabe que a aula remota não é igual a presencial. A plataforma não funcionou e muitos pais não têm conhecimento para transmitir a matéria aos filhos. Sou solidário a esse movimento de pais”, discursou.

 

O vereador Alexandre Japa (PRTB), que foi quem articulou uma reunião com pais na semana passada, na Câmara, também usou a tribuna. Ele explicou que após ouvir os pais, uma reunião foi marcada com a prefeita, com o auxílio do líder de Governo, vereador César Rocha (DC). “Saímos da reunião com a prefeita com a fala dela de que quinta-feira ela vai reavaliar a situação. Eu acredito que essa luta é nossa, de todos os vereadores. Esperamos que o resultado pode ser o melhor na quinta-feira”, disse.