Moção na Câmara reivindica Carteira de Identificação do Autista em Valinhos

A CIPTEA facilita aos autistas o uso de filas preferenciais.

#PraCegoVer: Ilustração mostra o laço que é síbolo do autismo. Ele é todo colorido e formado por peças de quebra-cabeça.

Uma moção tramitando na Câmara reivindica que a Prefeitura de Valinhos implemente na cidade a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA).

O documento facilita aos autistas o uso de filas preferenciais. Apesar do transtorno nem sempre ter sinais visíveis, muitas autistas têm dificuldade para esperar e sensibilidade extrema a estímulos visuais e sonoros do ambiente - dificultando a permanência em espaços como os supermercados.

Além do nome e da foto, a carteirinha indica o diagnóstico de autismo. Se alguém questionar o uso da fila, basta mostrar o documento.

O vereador Prof. Marcelo Yoshida (PT) apresentou à Câmara a moção solicitando que a Prefeitura implante a carteirinha em Valinhos. A lei que criou o documento é federal e existe uma lei municipal aprovada em maio de 2019 propondo o uso da carteirinha em Valinhos.

Marcelo defende que o município se envolva.

"A partir da emissão dessa carteirinha, seria possível contabilizar as pessoas diagnosticadas com esse transtorno. E a partir da quantificação dessas pessoas, seria possível elaborar políticas públicas mais eficientes e voltadas especificamente para essa população", afirma Marcelo.

A moção ainda não foi votada e deve ser discutida nas próximas sessões da Câmara.




Desafios

O menino valinhense Henrique Cortina, 5, é autista e, como muitas pessoas no espectro, tem dificuldades para aguardar em filas. Sua mãe, Thabata Cortina, reivindica a carteirinha.

"Ao entrar na fila as pessoas já questionam", afirma Thabata. "[Dizem:] 'Nossa, mas a criança é grande, porque que está na fila'; às vezes falam atrás e isso nos chateia. E aí você ter que andar com o laudo médico, muitas vezes as pessoas não acham que é, porque não tem uma foto".

"Ele não consegue entender o estar lá, o estar em uma fila. O autista precisa de um treino, precisa de algo visual para identificar o que é o esperar. Então acaba que eles entram em crise", explica a valinhense.

Apesar dos desafios, Thabata garante que não deixará o filho em casa. "A gente precisa inclui-lo o mais rápido possível para que ele consiga ter um futuro melhor", afirma.