Preocupados com a possibilidade do prefeito Marcos José da Silva (PMDB) publicar nas próximas semanas um decreto com o Programa de Avaliação de Desempenho dos Profissionais da Área de Educação, um grupo de professores esteve reunido na última terça-feira (18/10) com os vereadores, no intervalo da Sessão, para solicitar que eles atuem como mediadores junto ao Secretário de Educação, professor Zeno Ruedell, visando ampliar o debate em torno do Programa qu, segundo eles, será punitivo demais com os docentes.
Segundo a professora Andréia dos Reis Ignácio, que também é Conselheira Estadual e Regional da APEOESP (Sindicato dos Professores), o instrumento avaliativo que a Secretaria de Educação pretende instituir foi elaborado pelo Secretário de Educação e os Diretores das Escolas, sem a participação dos professores. “O Diretor não pode se comparar a um professor. Ele não dobra em outra escola. Suas responsabilidades e atividades são outras. A complexidade dentro da sala de aula é muito grande”, disse.
Ainda de acordo com ela, o instrumento avaliativo é muito severo na punição aos professores faltosos. “Dar aula hoje em dia não é tarefa das mais fáceis. É diferente de alguns anos atrás, o estresse é muito grande e isso tem levado muitos professores a ficarem doentes”, afirma.
Havia uma Comissão de professores constituída para a construção deste instrumento de avaliação, mas as reuniões foram suspensas. “Em reunião com a diretoria da APEOESP eles sugeriram que o referido instrumento avaliativo fosse sociabilizado entre os professores, que estão sendo orientados por seus diretores a simplesmente acatarem a norma, sem nenhum debate ou avaliação do impacto dele na vida profissional de cada um”, disse.
Andréia destaca ainda que o item assiduidade, estabelecido no Estatuto do Magistério e que serviu de base para estabelecer regras no Programa de Avaliação de Desempenho, poderia ser utilizado para a valorização dos professores e não para puni-los. “Podia-se valorizar o professor que não falta. O que estão propondo é um julgo muito pesado”, completa.
Diante dessa situação não restou aos professores outra alternativa, a não ser mobilizar o Sindicato e procurar o apoio dos vereadores. Segundo Andréia, a APEOESP jamais aceitaria uma situação com esta, não importa o governo. Ela lembrou também de um recente episódio envolvendo os professores e a Prefeitura que divulgou na imprensa local o salário errado do magistério valinhense, dizendo que era o maior da região e não fez questão alguma de corrigir. “Queremos o apoio dos vereadores para que possamos conversar com o Secretário de Educação, ante da publicação do Decreto.. Já tentamos várias vezes por telefone e por email, mas o Secretário está sendo resistente. Queremos que o Secretário dê esclarecimentos aos professores antes da publicação”, solicitou Andréia.
Ao encerrar a reunião, o presidente interino da Câmara, vereador Lourivaldo Messias de Oliveira, o Lorival (PT), sugeriu aos professores que a Câmara irá convidar o Secretário de Educação, Zeno Ruedell, para participar de uma reunião conjunta entre vereadores, professores e Secretaria de Educação. Lorival também lembrou aos presentes que a Câmara deverá votar na próxima terça-feira (25/10) uma Moção de Apelo ao prefeito Marcos, solicitando que, antes da publicação do Decreto do Programa de Avaliação de Desempenho dos Profissionais da Área de Educação, seja promovido amplo debate junto à Câmara Muncipal no sentido de dirimir possíveis divergências referentes ao Programa. “Vamos atuar juntos na defesa do interesse dos professores e o diálogo é o melhor caminho”, finalizou.
Além do presidente interino da Câmara, vereador Lourivaldo Messias de Oliveira, o Lorival (PT), e da professora Andreia dos Reis Ignácio, também participaram da reunião os vereadores: Dalva Berto (PTB), Clayton Machado (PSDB), Fabio Damasceno (PMDB), Antonio Soares Gomes Filho, o Tunico (PMDB), Egivan Lobo Correia (PDT), Israel Scupenaro (PMDB), José Henrique Conti (PV), José Aparecido Aguiar (PMDB) e os professores Eduardo Martins Rosa, Diretor Estadual da APEOESP, Rogério Bento Negrini e Angela da Silva.