Os vereadores rejeitaram por unanimidade, na sessão desta terça-feira (19), o projeto de lei encaminhado pelo prefeito Orestes Previtale (DEM) que pretendia antecipar os feriados de Corpus Christi e Consciência Negra para os dias 26 e 27 deste mês. A intenção do Executivo valinhense era criar um feriadão prolongado na cidade para tentar aumentar o isolamento social. A Assembleia Legislativa vota nesta quarta-feira à tarde a antecipação do feriado estadual da Revolução Constitucionalista para segunda, dia 25.
Logo no início da sessão, a presidente da Câmara, vereadora Dalva Berto (MDB), se posicionou contra a mudança de data dos feriados. “As decisões deste momento devem sim ser tomadas com rapidez, porém não no afogadilho ou no atropelo. Pergunto: as igrejas católicas que têm essa celebração de Corpus Christi com importância respeitosa foram consultadas sobre essa mudança? Houve diálogo com os padres de Valinhos? (...) E as indústrias vão trabalhar no feriado? Vão parar? Como fica a questão trabalhista? Os bancos? Foi consultado? Enfim, uma série de pontos que precisam ser debatidos”, afirmou.
O vereador Franklin (PSDB) também criticou o projeto. “Como posso votar um projeto que chega nesta Casa no final da tarde? Como posso votar um projeto tão grave, sem diálogo, sem justificativa? (...) Não diz qual a motivação desse projeto. Quantos leitos Valinhos têm ocupados? Qual o índice de propagação do vírus? Quais outras estratégias foram adotadas pela Prefeitura?”, questionou.
O vereador Giba (PDT) disse que o projeto traria ainda mais prejuízos para as empresas. “Neste momento em que as indústrias, aquelas que ainda estão conseguindo funcionar, pagar suas contas, com falta de consumo, demanda baixa, em que as empresas estão fazendo de tudo para não dispensar seus funcionários, nós vereadores nos deparamos com esse projeto (...) Não vejo vantagem nessa antecipação de feriados”, discursou.
“O prefeito não fez nada até agora para auxiliar os comerciantes da nossa cidade, que tanto estão sofrendo. Nós aqui prorrogamos o vencimento dos impostos e o que ele fez? Vetou. Nós tivemos que derrubar esse veto. Olhe lá se ele não entrar com Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra essa lei que a Câmara vai sancionar”, acrescentou o vereador Alécio Cau (PDT).
Para o vereador Edson Secafim (PTB), o projeto vai totalmente contra o interesse público. “Uma data como Corpus Christi, comemorada pela Igreja Católica, vai antecipar? Vai ter pandemia até lá? Realmente não sabemos. A pandemia tem data para acabar. Daqui a pouco vão antecipar o Natal e o Ano Novo”, criticou.
O vereador Kiko Beloni (Pode) também discursou dizendo que a realidade de Valinhos é diferente da Capital. “Precisamos agir de forma preventiva diante desse cenário. A coerência e o diálogo são fatores importantes diante das decisões que devem ser tomadas”.
Com a rejeição dos vereadores à antecipação dos feriados, o projeto foi arquivado.
