A saúde de Valinhos é provavelmente o tema mais debatido entre os vereadores nas movimentadas sessões da Câmara. Não foi diferente na última terça-feira (23/08), depois de quase uma hora debatendo o surto de febre maculosa que está preocupando a população, a paralisação no atendimento do Centro de Atendimento de Urgências e Especialidades (CAUE) também gerou grande debate entre os vereadores e levou a sessão até 23h20.
A discussão foi realizada em torno de um requerimento do vereador Lourivaldo Messias de Oliveira, o Lorival (PT), que questiona o prefeito Marcos José da Silva (PMDB) sobre um incidente que aconteceu no final de semana quando o telhado do CAUE, que estava passando por reformas, não suportou as chuvas do final de semana, e inundou todas as instalações e levou a Prefeitura a suspender todos os atendimentos no dia 22. Com isso, todos os atendimentos foram transferidos para a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Rua Silvio Concon e Santa Casa de Valinhos.
Segundo Lorival, com as chuvas as fezes de pombo existentes no local entupiram as calhas e a água ficou acumulada no teto, chegando inclusive a infiltrar na caixa de água. “Funcionários já estavam alertando sobre os problemas e as condições de trabalho no CAUE, que vive infestado de baratas”, disse. De acordo com ele, duas caçambas de sujeira , incluindo fezes de pombo, foram retiradas do forro. Além disso, dias antes do incidente, segundo funcionários, o local havia sido dedetizado e o veneno colocado no forro para matar baratas e ratos escorreu pelas paredes.
Para o vereador Dr. Moysés Abujadi (PTB), que já foi secretário de Saúde, a saúde de Valinhos não está sendo tratada como merece. “Lá é lugar de saúde e se faz até operação”, disse indignado com o que aconteceu. “Nós precisamos pensar melhor nessa situação”, pediu aos vereadores. Dr. Moysés lembrou que o CAUE foi construído muito próximo ao córrego e o mesmo está acontecendo com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que ficará a menos de trinta metros do Ribeirão Pinheiros.
Ao usar a Tribuna, o vereador Clayton Machado (PSDB) leu um trecho do Relatório da Comissão de Saúde, criada especialmente no ano passado para investigar a situação da saúde no município. “A estrutura do CAUE é inadequada para atender a população”, aponta o relatório. Para Clayton, o que falta na saúde de Valinhos é um Plano de Contingência. “Houve um erro e pelo que conheço o prefeito Marcos ele não deve saber o que está acontecendo no CAUE. Enquanto isso, é a população quem paga o pato”, afirmou.
O vereador Israel Scupenaro (PMDB), que também é líder do prefeito Marcos na Câmara, disse que além da chuva houve a ruptura de um cano e que não houve contaminação da caixa d’água. “O prefeito está preocupado sim com a situação e está acompanhado de perto a solução do problema, causado pela chuva e pelo estouro de um cano”, disse.
