Com pouca participação popular, a Câmara realizou na última segunda-feira, 28, uma audiência pública para discutir uma alteração no Plano Diretor III que trata da especificação de um novo local para construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
O presidente da Câmara, vereador Paulo Montero (PMDB), abriu os trabalhos e, em seguida, o vereador Clayton Machado (PSDB) leu o edital que também foi publicado nos jornais do município e boletim municipal, contendo todas as regras e informações sobre a audiência. O vereador Lorival (PT) também fez parte da mesa.
Ao todo, cinco pessoas participaram como inscritos sendo eles: Vera Lúcia Soveral da Silveira (membro da Associação de Defesa dos Usuários da Saúde- ADEUS); Lílian Gonçalves Chaves (Presidente da Associação dos Moradores do Country Club); Vera Fritz (presidente da Câmara da Melhor Idade) e Dietrich Quast (membro da Associação dos Amigos do Vale Verde).
Os assuntos abordados pelos moradores se concentraram no pedido para que os vereadores não anulem o inciso IX do artigo 21 do Plano Diretor, que na sua essência sugere a construção de prédio para o pronto-socorro junto à Santa Casa de Misericórdia de Valinhos e não de uma UPA. “UPA é um [local onde se realiza] procedimento de baixa e média complexidade. Pronto socorro, que é o que estamos precisando há muito tempo aqui em Valinhos, é de alta complexidade”, defendeu Vera Soveral, que enfatizou a importância de manter a construção do PS próximo à Santa Casa. “Pronto Socorro tem que ser localizado próximo ao nosso hospital de referência”, completou.
A Presidente da Associação dos Moradores do Country Club, Lílian Gonçalves Chaves, também reforçou a idéia apresentada por Vera. “Para se construir uma UPA não é necessário alterar o Plano Diretor. UPA não é um pronto socorro”.
Em suas considerações, o presidente Paulo Montero lamentou a falta de público e pediu uma conscientização maior da população já que são assuntos que afetarão diretamente a vida da maioria dos moradores. “Se o povo não entender que é necessária essa participação, quem perde é o próprio cidadão e o município”.
Entenda o caso
A Prefeitura, que no início iria construir a UPA ao lado da Santa Casa, alegou que o terreno apresentava topografia e localização geográfica desfavoráveis. Desta forma, anunciou que instalaria a unidade no Parque Municipal “Monsenhor Bruno Nardini”, mas uma Ação Civil do Ministério Público não permitiu. Diante do impasse, o órgão identificou e avaliou área pública localizada no bairro Lenheiro, para a implantação da UPA e, para isso, julgou necessário que fosse promovida alteração no Plano Diretor III com o envio de um projeto para a Câmara Municipal.
A proposta é que o inciso IX em que diz: “efetuar a construção de prédio para o pronto-socorro junto à Santa Casa de Misericórdia de Valinhos” seja alterado por “edificar unidades de pronto socorro (UPS), de pronto atendimento (UPA) e/ou de ambulatório médico de especialidades (AME), sendo a primeira no bairro Lenheiro”.