O técnico responsável pelas podas e retiradas de árvores em Valinhos, Raphael de Gasperi, esteve na Câmara, na sessão desta terça-feira (29/4), e afirmou que todo o serviço realizado pelo Departamento de Praças e Jardins (DPJ) segue critérios definidos em lei de 2004. Raphael destacou que a arborização urbana do município é antiga e mal planejada. Segundo ele, muitas árvores foram plantadas de forma inadequada. O secretário de Obras e Serviços Públicos, engenheiro Eliseu Dias da Silva, acompanhou a exposição.
Na explicação que levou aproximadamente uma hora, Raphael de Gasperi usou a lei 3.868/2004 para justificar o corte e as podas de árvores. A legislação autoriza o serviço em diferentes casos, como por exemplo, quando há risco de queda da árvore; quando ela causa danos ao patrimônio público ou privado; ou quando o estado de saúde da árvore justifique sua retirada. Segundo Raphael, todas as situações são avaliadas por técnicos da Prefeitura.
O técnico destacou que a maior parte das solicitações para a remoção ou podas de árvores se refere a plantios inadequados. “Antigamente, se plantavam árvores de grande porte em frente às casas. Hoje, sabemos que isso não é correto”, afirmou. O plantio em calçadas com rede de distribuição de energia também tem sido um problema no município, segundo ele. “Nessas calçadas, não se pode ter árvores com mais de 4 metros de altura em sua fase adulta”, explicou.
De acordo com Raphael de Gasperi, a otimização do trabalho no DPJ possibilitou as podas de 9 mil árvores de janeiro de 2013 a abril deste ano. Atualmente, são cerca de 150 solicitações mensais para a realização do serviço. Em setembro do ano passado, foi iniciado o plantio de mudas, a maior parte nos bairros Vila Santana, São Cristóvão, Bom Retiro I e II. A meta, segundo ele, é plantar 3 mil árvores adequadas até 2016 e implantar o Viveiro Municipal.
Sobre o plantio de árvores em calçadas, o vereador Dinho (PCdoB), perguntou o que pode ser feito para garantir a acessibilidade no passeio público. Ele citou como exemplo a Vila Santana, onde as calçadas são estreitas. Raphael afirmou que a substituição das árvores é feita aos poucos, já que a remoção depende de critérios técnicos. Segundo ele, o plantio adequado respeita as regras de acessibilidade.
O vereador Rodrigo Toloi (PDT) questionou qual a dificuldade enfrentada pelos técnicos na negociação com a concessionária CPFL Energia que, em muitos casos, faz a poda de árvores de forma indiscriminada. Raphel respondeu que o secretário de Obras e Serviços Públicos, Eliseu Dias, vai se reunir com os diretores da empresa para discutir o assunto. Ele destacou, no entanto, que a CPFL tem oferecido contrapartidas ao município, como a doação de mudas.
A falta de conhecimento da população com relação às podas, retiradas e plantio de árvores foi levantada pelo vereador dr. Moysés Abujadi (PSD) como um dos obstáculos para o trabalho da Prefeitura. Para ele, falta publicidade para envolver a população. “É preciso promover campanhas que mobilizem as pessoas, as escolas. Temos que pensar em educação ambiental”, completou.