Mudança do Polo de Aceleração para escola do Jardim Paraíso é debatida na Câmara

Vereadores também cobraram melhorias na saúde; três projetos de lei foram aprovados

 

Pais, alunos e professores da EMEB Cecília Meireles, no Jardim Paraíso, estão preocupados com a violência na unidade. Depois que o Polo de Aceleração – programa que oferece reforço escolar para alunos com déficit de aprendizagem – foi transferido para a escola, brigas entre alunos são frequentes. Na sessão desta terça-feira (21/05), os vereadores debateram o tema, após requerimento do vereador Paulo Montero (PMDB) ser apresentado no plenário.
 
No documento, o vereador pergunta se a Prefeitura tem conhecimento do conflito existente na escola e que medidas têm tomado para solucionar o caso. Segundo relato de pais, apresentados pelo vereador, alunos com idades entre 7 e 10 anos estão recebendo reforço escolar com alunos mais velhos, o que gera o conflito. O presidente da Câmara, vereador Lorival (PT), lembrou que o projeto funcionava na igreja Cristo Vive e que agora foi transferido para a EMEB.
 
O vereador Israel Scupenaro (PMDB) disse que acompanhou a reunião com mães de alunos e viu de perto a preocupação delas. “As crianças pequenas estão juntas com os mais velhos e isso está causando problemas. Estão todos assustados”, disse. De acordo com o vereador Rodrigo Toloi (PDT), que esteve com a diretoria da escola, funcionários têm que ser deslocados durante os intervalos para evitar brigas entre os estudantes.
 
Léo Godói (PT) lembrou que o programa de reforço não existe apenas na EMEB Cecília Meireles. “No Jardim São Marcos, a situação não é diferente. Há relatos até de adolescentes armados na escola”. O vereador destacou que a Guarda Civil Municipal não consegue atender a demanda. Para ele, é preciso contratar novos profissionais por meio de concurso público. “A nossa segurança e a de nossas crianças dependem deles”, completou.
 
O vereador dr. Orestes Previtale (PMDB) alertou que as crianças com déficit de aprendizagem não devem ser isoladas do convívio escolar. De acordo com ele, não se pode esquecer da inclusão social. O vereador propôs um mutirão para dar atendimento psicopedagógico aos estudantes.
 
Durante a discussão, Scupenaro disse que conversou com o secretário de Educação, Danilo Sorroce, e o mesmo informou que está estudando mudanças no Polo de Aceleração.
 
 
Obra na Av. Invernada
 
Os vereadores também discutiram requerimento do vereador Lorival, que questiona a Prefeitura sobre a obra a ser realizada na Avenida Invernada como contrapartida da concessionária Rota das Bandeiras. A preocupação do vereador é quanto ao risco de enchente que, em outras ocasiões, trouxe prejuízos à população que vive próximo à avenida ou no Bairro Capuava.
 
O vereador Tunico (PMDB) ressaltou que a obra precisa ser feita com urgência. “A população daquela região não pode esperar mais”, completou.

 
Projetos
 
A Câmara aprovou três projetos de lei. Entre eles, o que aprova convênio celebrado entre os Poderes Executivos Municipal e Federal. Por meio do Ministério dos Esportes, a cidade vai receber R$ 487.500,00 para cobertura da piscina pública, construção de vestiários e depósito no Parque ‘Monsenhor Bruno Nardini’. Outros dois projetos aprovados denominam ruas dos Bairros Samambaia e Paiquerê.
 
O projeto de decreto, que institui a medalha ‘São Francisco de Assis’ para homenagear pessoas, autoridades e entidades que militam na causa animal, também foi aprovado. A proposta é do vereador César Rocha (PV).
 
Léo Godói teve seu projeto de lei, que determina desconto ou fornecimento de meia porção para pessoas que passaram pela cirurgia de redução de estômago, vetado pelo prefeito Clayton Machado. Léo defendeu a proposta dizendo que o texto havia recebido parecer favorável das comissões permanentes da Câmara. “A proposta só traz benefícios. Busquei respostas em outras cidades e vi que o projeto é viável”, afirmou.
 
Mesmo com as justificativas do vereador, a Câmara aceitou o veto do prefeito e arquivou o projeto.
 
 
Saúde
 
A situação da saúde no município foi novamente discutida pelos vereadores. O vereador Tunico disse que teve conhecimento de caso envolvendo paciente que procurou o hospital Santa Casa e não encontrou médicos pediatras. O vereador cobrou fiscalização da Prefeitura, já que são repassadas verbas ao hospital para atendimento de clientes do SUS – Sistema Único de Saúde. “Espero que não precisemos tomar atitudes drásticas como as tomadas em Vinhedo”, pontuou.
 
Dr. Moysés Abujadi (PSD) ressaltou que, mesmo com os repasses da Prefeitura, existem dificuldades na administração de um hospital, principalmente com relação à contratação de médicos. O vereador destacou que o problema maior continua na saúde pública. “Ainda há casos de pacientes serem dispensados no CAUE. Quem tem convênio ainda tem porta para bater, quem não tem chora na rua”, acrescentou.