Projeto aprovado obriga aulas de reforço nas escolas para compensar atraso na aprendizagem por conta da pandemia

#PraCegoVer: Foto mostra o plenário da Câmara com os vereadores sentados em seus lugares.

 

Com o objetivo de compensar o atraso de estudantes na aprendizagem após um período de quase 2 anos sem aulas presenciais, os vereadores aprovaram na sessão desta terça-feira, 10, projeto de lei que cria em Valinhos um Programa Extraordinário de Reforço Escolar. A proposta é de autoria dos vereadores Alexandre Japa (PRTB) e Alécio Cau (PDT) e foi aprovada por unanimidade.

 

De acordo com o texto, a prefeitura deverá mapear os alunos com menor rendimento escolar, identificar as principais dificuldades, produzir conteúdo específico para o reforço, capacitar e designar professores em quantidade suficiente para atender a demanda, oferecer infraestrutura adequada para as aulas e manter diálogo constante com o Conselho Tutelar.

 

O projeto também prevê parcerias com escolas particulares, caso seja necessário.

 

Em discurso na tribuna, Alexandre Japa afirmou que a prefeitura tinha se prontificado a oferecer aulas de reforço, mas que até o momento as aulas não começaram. “A gente protocolou esse projeto para que seja obrigatório o reforço nas nossas escolas e tentar, de alguma forma, diminuir essa perda que os alunos tiveram (...) A gente vê alunos que estão indo para o 2º ano do Ensino Fundamental ainda sem saber ler, sem saber escrever, com muita dificuldade”, afirmou.

 

O vereador Alécio Cau destacou que a pandemia gerou atraso nas escolas e cobrou mais investimento. “Não foi só um atraso de conteúdo, mas também de desenvolvimento. É necessário que a Secretaria da Educação faça esse levantamento e invista na Educação do município. Ontem visitei uma escola e as professoras reclamam das salas superlotadas”, pontuou.

 

O vereador Marcelo Yoshida (PT) ressaltou que, hoje, existe um projeto de reforço no município, mas que é importante ter algo extraordinário, focado no atraso gerado por conta da pandemia. Ao discursar, ele disse torcer para que o programa seja implementado, mas acredita que ele não será colocado em prática devido à falta de professores. “Como que a gente vai ter um projeto de reforço extraordinário, se a gente não tem professor de Português, por exemplo? Tem aulas que não estão acontecendo em algumas escolas, porque não tem professores para substituir”, disse.

 

“Infelizmente temos visto muitos professores pedindo exoneração da rede, causando falta nas escolas. Acredito que um dos principais motivos é a questão salarial, quando comparado com as redes de outros municípios. Se não houver a devida valorização dos professores, vamos continuamente enfrentar esse problema e precarizar ainda mais o ensino do nosso município”, acrescentou o vereador Mayr (Podemos).

 

O projeto foi aprovado e segue agora para sanção ou veto da prefeita Capitã Lucimara (PSD).