Vereadores aprovam projeto que proíbe homenagem a escravocratas em Valinhos

#PraCegoVer: foto mostra o plenário da Câmara com os vereadores sentados em seus lugares.

 

Os vereadores aprovaram por unanimidade na sessão desta terça-feira, 7, projeto de lei do vereador Marcelo Yoshida (PT), que proíbe homenagem a escravocratas e a eventos ligados à prática escravista em Valinhos. A matéria teve ampla discussão no plenário em razão de uma emenda apresentada pelo vereador André Amaral (PSD).

 

A emenda, que foi aprovada por maioria de votos, fez duas modificações ao projeto original: ela previu que a análise da identificação dos escravocratas seja feita pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural e também retirou um trecho da lei que dizia que deveria ser incentivada a renomeação de espaços públicos que homenageiam essas pessoas, bem como a retirada de bustos, estátuas e demais monumentos que possam haver no município. Essas mudanças tiveram 7 votos favoráveis e 5 contrários.

 

O vereador André Amaral defendeu sua proposta, repudiando a escravidão, mas ressaltando que muitos fatos históricos foram superados a partir do Cristianismo. “Ninguém quer homenagear escravocratas, mas sabemos que a esquerda, o progressismo marxista sempre quer fazer um revisionismo histórico para reescrever a história e contar segundo a sua ideologia (...) Daqui a pouco vamos tirar o nome da Rodovia Anhanguera, Rodovia dos Bandeirantes, é isso que esse movimento no Brasil quer fazer”, discursou.

 

Mesmo com 7 votos favoráveis à emenda, vereadores contrários se posicionaram, como é o caso de Alécio Cau (PDT). “Não se trata de um revisionismo histórico. É importante que a gente tenha em mente que, apesar de a escravidão na sua época ser legal, ela era imoral (...) Naquela época era permitido, mas ainda assim devemos repudiar isso (...) Aquelas pessoas que construíram verdadeiros impérios em cima da escravidão não podem ser tratadas como heróis, porque não foram”, disse.

 

O vereador Marcelo Yoshida (PT) defendeu a manutenção do artigo que trata da renomeação de espaços públicos e, por isso, também foi contra a emenda. “Se existe um próprio municipal que teve seu nome relacionado a uma pessoa que praticou a escravidão, essa pessoa não merece ser homenageada, porque a prática da escravidão deve ser condenada por nós, inclusive nos dias de hoje”, discursou.

 

O vereador Gabriel Bueno (MDB) também foi contra a emenda. “Não tem como apoiar escravocratas ou qualquer tipo de pessoa que apoia a escravidão. Essas pessoas não merecem ser homenageadas e nós podemos impedir isso na nossa cidade. A supressão desse artigo compromete o teor do projeto do vereador Marcelo e, por isso, me posiciono contrário”, afirmou.

 

Assim como Gabriel, se posicionaram contra a emenda os vereadores César Rocha (União), Marcelo Yoshida (PT), Alécio Cau (PDT) e Mônica Morandi (MDB).

 

Votaram a favor da emenda o vereador André Amaral (PSD), Simone Bellini (Republicanos), Mayr (Podemos), Alexandre Japa (PRTB), Veiga (União), Franklin (PSDB) e Henrique Conti (PTB).

 

Com o resultado, o projeto foi aprovado emendado e agora segue para sanção ou veto da prefeita Capitã Lucimara (PSD).