ASSISTA: Fogo em mato, um problema de todos em Valinhos

#PraCegoVer: Um homem e uma mulher caminham por um terreno com marcas de fogo em mato

Fogo, destruição e ar sujo. Valinhos sofreu com as queimadas no mês de agosto, quando o tempo quente e seco transforma o mato em combustível. Condomínios, bairros sem muro e áreas rurais – todos foram afetados pelas chamas e pela poluição do ar.

O pior período aconteceu entre 21 e 29 de agosto, quando a Defesa Civil registrou 31 ocorrências de fogo em mato, em 12 bairros. Os incêndios aconteceram no Jequitibá, Chácaras Alpina, Jardim Pinheiros, Samambaia, Estrada do Roncáglia, Joapiranga, Macuco, Dois Córregos, Country Clube, Jardim Santo Antonio, Bom Retiro e Residencial Nova Era.



O caso mais emblemático foi em um terreno próximo à Estrada dos Jequitibás. O lote ardeu por quase 24 horas no dia 23 de agosto. Os bombeiros e a defesa civil trabalharam por toda a noite e boa parte da madrugada. No dia seguinte, o incêndio recomeçou e teve que ser contido.

Atualmente, só restam árvores queimadas, fuligem e uma paisagem triste.

Sandra Verdó, coordenadora da defesa civil em Valinhos, explica que muitos episódios de fogo em mata são provocados por descuido ou desrespeito à lei.

“Muitas pessoas dispensam bitucas de cigarro em propriedades ou beiras de rodovia; a dispensa de latinhas e garrafas também é uma grande causa de incêndios, bem como a soltura de balões”, destaca. “E temos incêndios criminosos, porém, é muito difícil conseguir levantar quem são as pessoas [que os causam]”, acrescenta Verdó.

O tenente Vitor Chaves, comandante do Corpo de Bombeiros de Valinhos, destaca que os proprietários de terrenos também têm responsabilidades para evitar incêndios.

“Na área urbana, deve-se manter o terreno limpo, manter o mato cortado, não acumular lixo e muito menos incinerá-lo, além de levar os móveis até o ecoponto”, recomenda o tenente. “Na área rural, é interessante que os proprietários realizem aceiros [faixas de terra desmatadas que impedem a propagação do fogo de uma propriedade para outra]. Quando o aceiro é bem feito, evita que o fogo se propague e cause destruições – um gasto público grande”, explica Vitor.

A multa para quem negligenciar os cuidados com o seu terreno vai de R$ 932,90 a R$ 18.658, segundo lei municipal aprovada na Câmara, de autoria do então vereador Kiko Beloni.