Vereadores pedem informações sobre aterramento de lagoa da antiga Rigesa

 

Os vereadores aprovaram, na sessão desta terça-feira (24), dois requerimentos pedindo informações à Prefeitura e à Cetesb sobre o possível aterramento da lagoa de aeração, localizada na Rua Luiz Bissoto, que pertence à empresa WestRock, antiga Rigesa. A preocupação dos parlamentares é com os danos ao meio ambiente que podem ser deixados no município depois da desativação da lagoa e da saída da empresa do município, já anunciada para acontecer no ano que vem. A plateia estava cheia, embora a Casa não tenha atingido a capacidade máxima.

 

Os documentos pedindo informações foram apresentados pelos vereadores Franklin (PSDB), Alécio Cau (PDT), Kiko Beloni (PSB) e Henrique Conti (PV). Eles querem saber se foram realizados estudos ambientais para verificar se houve contaminação do solo e quais seriam as tratativas para correção do passivo ambiental.

 

Em discurso, o vereador Franklin afirmou temer que aconteça no futuro em Valinhos o mesmo que ocorreu no bairro Mansões Santo Antônio, em Campinas. O bairro está entre as 10 áreas críticas em contaminação no estado de São Paulo, segundo relação da Cetesb. A contaminação na cidade vizinha foi gerada pela Proquima, empresa do ramo químico, que funcionou no local entre 1976 e 1996. “Essa empresa vendeu a área para uma incorporadora, que construiu [apartamentos] (...) Quem ficou com prejuízo foi o morador, que comprou. O ônus também veio para o Estado. A prefeitura [de Campinas] teve que fazer em 2015 um projeto de lei isentando as pessoas do IPTU, o que é justo”, explicou.

 

Franklin também destacou que a lagoa possui importância ambiental para Valinhos. “As lagoas são piscinas naturais. Se elas forem aterradas, partes mais baixas vão sofrer com enchentes (...) Minha preocupação é com o futuro da cidade de Valinhos, com o futuro que a Rigesa está deixando para nós”, completou.

 

O vereador Alécio Cau ressaltou que os requerimentos são importantes para que os vereadores tenham informações detalhadas sobre o que está acontecendo. “Todas as informações necessárias devem ser divulgadas à população e é trabalho nosso, enquanto vereador, justamente buscar essas informações para passar tranquilidade à população ou eventualmente tomarmos alguma medida caso algo esteja em desacordo com a legislação”, disse.

 

Para o vereador Kiko Beloni, a situação é preocupante. “Não sei se a WestRock dimensionou ou ponderou a importância que essa lagoa tem para o município. É uma medida que precisa ser estudada e discutida com a Prefeitura. Esse requerimento jogará luz na escuridão das dúvidas que nós e a população estamos”, afirmou.

 

O vereador Henrique Conti criticou a empresa e sugeriu que as lagoas fossem doadas ao município. “Poderia ter doado o complexo esportivo dela para o município, não doou; poderia ter doado as lagoas para as pessoas irem pescar, como acontece no CLT; poderia fazer algo pelo município e não está fazendo nada, pelo contrário. Está levando embora aquilo que ela construiu em 30 anos”, discursou.

 

Conti também lembrou de outros problemas ambientais da cidade. “Outro ônus que ela vai deixar é a Fazenda Contendas, onde foi depositada por 30 anos a lixívia. Aquilo sim é um passivo ambiental que nós não sabemos dimensionar (...) Há mais de 10 anos faço requerimento sobre aquela área e não é muito claro se aquilo não vai deixar contaminação do solo”, finalizou.