Vereadores abrem CPI para investigar possível fraude em concurso do Valiprev

 

Os vereadores abriram na sessão desta terça-feira (13), uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades no concurso público do Valiprev, que está suspenso desde dezembro do ano passado. Os parlamentares alegam haver suspeitas de favorecimento de dois candidatos que foram aprovados em primeiro lugar para os cargos de Analista de Benefícios Previdenciários e Assessor Jurídico. Ambos são parentes do ex-vereador Juninho Andrade, que pertence ao mesmo partido do presidente do Valiprev à época, Wilson Ventura.

 

O pedido de abertura da CPI foi assinado por todos os vereadores. No documento, eles afirmam que também há dúvidas com relação à idoneidade da empresa INDEC, que foi a responsável pela organização do concurso. Segundo eles, existem processos em outras cidades do interior para apurar a conduta da empresa na condução dos certames. “Havendo liminares determinando a suspensão dos concursos naqueles municípios, soma-se à coincidência dos candidatos aprovados a suspeição da idoneidade de quem possui apontamentos de irregularidades referendados pelo Ministério Público”, afirmam no pedido.

 

Os trabalhos serão presididos pelo vereador Alécio Cau (PDT) e o relator será o vereador César Rocha (Rede). Também fazem parte da comissão os vereadores Roberson Costalonga “Salame” (MDB), Dalva Berto (MDB), Rodrigo Fagnani Popó (PSDB), Rodrigo Toloi (DEM), Mayr (PV), Edson Secafim (Progressistas), Mauro Penido (PPS) e Kiko Beloni (PSB). O presidente do PSDB, vereador Popó, abriu mão do segundo vereador que o partido teria direito na CPI.

 

A primeira reunião já foi marcada para quinta-feira, dia 29, às 9h. O prazo para a conclusão dos trabalhos da CPI será de 180 dias, podendo ser prorrogado caso seja necessário.

 

Desde que as denúncias contra o concurso surgiram, os vereadores têm se manifestado em tribuna. No final de fevereiro, as críticas ficaram mais pesadas e o vereador Giba (MDB) pediu mais de uma vez a saída do então presidente do Instituto, Wilson Ventura. Em sessão ordinária do dia 20 de fevereiro, ele chegou a dizer que a situação do presidente do Valiprev “ficou insustentável” diante das denúncias envolvendo o concurso público da autarquia. Ventura foi exonerado do cargo dias depois pelo prefeito Orestes Previtale (MDB), sendo substituído por Wiliam Evaristo de Oliveira, que ocupava a pasta de Assuntos Internos. Mesmo com a saída de Ventura, os vereadores seguiram se posicionando contra o concurso, o que culminou na abertura da CPI.